A poda de árvore, é uma
prática comum, visando manter a estética da árvore, em principal para uma boa
condução do crescimento da mesma. Mas existe um problema, muitas pessoas
realizam podas bruscas (mutiladoras) sem qualquer conhecimento técnico, o que
faz a planta ficar expostas a fungos e bactérias, além de prejudicar sua
estrutura, deixando-a sem o devido equilíbrio, podendo em dias de fortes ventos
ocorrer o tombamento.
O plantio da árvore adequada em cada lugar, é fundamental
para evitar podas bruscas e cortes de árvores. Os motivos mais comuns
justificados para podas são: árvore muito alta, alcançando o fio e/ou
atrapalhando a iluminação da rua, queda de folhas causando sujeira (embora
folhas, flores e frutos de plantas não são sujeiras) e, porque os galhos
alcançam o muro, facilitando para pessoas de má intenção pularem na residência.
As podas são executadas desde a formação até a morte da
planta, quando correções se fazem necessárias para a manutenção da integridade
da mesma e inserção no ambiente urbano.
Quando
a operação de poda for realizada em vias públicas, devemos tomar certos
cuidados adicionais. A área de trabalho deve ser isolada com fitas plásticas de
cores chamativas, cone e placas de sinalização para proteger os operadores
concentrados no trabalho e também para garantira segurança de
pedestres/veículos e animais. É aconselhável que todos os envolvidos na
operação de poda de árvores em locais públicos utilizem coletes refletores para
facilitar a sua visualização. Para que a poda seja realizada em logradouros
públicos é importante atender a legislação vigente.
É preciso conhecer previamente uma árvore saudável para
definir com maior precisão a necessidade e o momento da intervenção (poda) bem
como as partes a serem eliminadas.
As
podas de limpeza e formação nas mudas plantadas deverão ser realizadas da
seguinte forma:
Poda
de Formação: retirada
dos ramos laterais ou “ladrões” da muda, para conferir à árvore uma forma
adequada durante o seu desenvolvimento;
Poda
de Limpeza: remoção
de galhos secos ou doentes. Nesta poda, procura-se serrar os galhos sempre
rentes ao tronco ou rente aos galhos mais grossos de onde partem. A poda de
limpeza é importante para reduzir a disponibilidade de alimento para cupins,
diminuindo sua infestação na cidade;
Poda
de elevação da base da copa: tem
a finalidade de remover galhos pendentes ou que interfiram com demais usos nos
passeios e áreas públicas. Também deve ser feito com critério, sem causar o
desequilíbrio da árvore;
Poda
de contenção: serve
para conter a copa da árvore abaixo dos fios elétricos e telefônicos. Este tipo
de poda não é recomendado para espécies de grande porte, podendo
comprometer a saúde e longevidade da árvore. É importante saber que esse tipo
de poda requer manutenção constante, tendo em vista que o crescimento da árvore
mantém-se enquanto ela estiver viva.
Sob
esse foco, a poda deve ser executada para conduzir a parte aérea (copa) de uma
árvore no sentido de ocupar o espaço disponível e apenas excepcionalmente para
reduzir ou delimitar o seu volume. Assim, evita-se que a mesma seja “mutilada”
por podas drásticas ou executadas com imperícia.
Observando os tipos de poda, pode-se ver que em muitos
casos, quando andamos pelas ruas, nos deparamos com podas tipo "mourão"
(a árvore fica só o troco reto, sem mais galhos e folhas), se é que podemos
chamar este ato de poda. As Podas
mutiladoras constitui crime previsto na Lei n. 9.605/98 (com pena de até um ano
de detenção). O Ministério Público sabe e cabe ao cidadão denunciar.
Devido ao plantio inadequado de árvores em ambiente
urbano, árvores de médio e grande porte sob a rede elétrica, a concessionária
responsável realizada podas de interesse da empresa, isto é, rápida e sem
preocupação com a estrutura da planta, sendo elas tipo "U" e tipo
"V", contudo, existe lei autorizando este dano por parte destas
concessionárias.
O
afloramento de raízes, nas situações em que não é uma característica da
espécie, é motivado pela redução da aeração da camada superficial do solo, quer
pela impermeabilização ou compactação do solo, quer pela existência de lençol
freático alto, entre outros motivos.
A
poda de raiz tem sido empregada para solucionar os transtornos causados pelo
afloramento de raízes. No entanto, esta prática deve ser evitada na arborização
urbana, principalmente por comprometer a estabilidade da árvore, além de
diminuir a absorção de água e sais minerais e criar uma área de contaminação
que poderá, mais tarde, comprometer toda a estrutura da árvore. Quando
inevitável, a poda da raiz, pelo risco que representa, deve ser aplicada com
muito critério, sempre acompanhada por um profissional habilitado.
Muitas
vezes a nidificação das aves não é equacionada durante o processo de poda das
árvores. É importante lembrar que pela Lei de Crimes Ambientais (lei 96205/98,
art.29, x 1º incisos I e II), tanto as aves silvestres quanto seus ninhos estão
protegidos e, portanto, não podem ser removidos. Dessa forma, o correto é
evitar a poda das árvores que estiverem sendo utilizadas para a reprodução das
aves, salvo os casos de poda emergencial, onde o manejo não pode ser adiado e
seria plenamente justificado.
Costuma-se dizer que a
árvore é tão amiga do homem que o ampara desde a cama que nasce até o seu
último dia, quando lhe fornece o caixão para a última morada. Isso já é
suficiente para mudarmos a nossa postura com relação às árvores.
(Fonte: Plano de
Arborização Urbana do Município de Aguaí, 2010)